Projeto Pedagógico
Projeto Pedagógico do Curso de Bacharelado em Matemática Industrial do departamento de Estatística e Matemática Aplicada do Centro de Ciências da Universidade Federal do Ceará.
Dedicatória
- Presidente da República: Luiz Inácio Lula da Silva
- Ministro da Educação: Fernando Haddad
- Reitor: Jesualdo Pereira Farias
- Vice-Reitor:
- Pró-Reitor de Graduação: Custódio Luís Silva de Almeida
- Pró-Reitor de Assuntos Estudantis: Maria Clarisse Ferreira Gomes
- Pró-Reitor de Extensão: Antônio Salvador da Rocha
- Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Gil de Aquino Farias
- Pró-Reitor de Planejamento: Ernesto da Silva Pitombeira
- Pró-Reitor de Administração: Luís Carlos Uchôa Saunders
- Comissão responsável pela elaboração do projeto:
- Prof. Julio Francisco Barros Neto
- Prof. Manoel Bezerra Campelo Neto
- Prof. João Welliandre Carneiro Alexandre
- Prof. José Lassance de Castro e Silva
- Prof. Rafael Castro de Andrade
- Prof. André Luis Shiguemoto
- Assessoria Técnico-Pedagógica / PROGRAD:
- Inês Cristina de Melo Mamede - Coordenadora de Projetos e Acompanhamento Curricular COPAC
- Yangla Kelly Oliveira Rodrigues - Diretora de Pesquisa e Acompanhamento Curricular DPDC
Índice
- Projeto Pedagógico
- Dedicatória
- Índice
- Introdução
- Justificativas
- Princípios Norteadores
- Objetivos do Projeto Pedagógico do Curso
- Perfil do Matemático Industrial
- Habilidades e Competências
- Áreas de Atuação
- Metodologias de Ensino e Aprendizagem
- Conteúdos Curriculares
- Integralização Curricular
- Acompanhamento e Avaliação
- Condições Iniciais e Necessárias Para o Pleno Funcionamento do Curso
- Anexos
- Anexo I - Ementário das disciplinas
- ANEXO II - Resolução da № 07/2005/CEPE/UFC de 17 de junho de 2005 que dispõe sobre Atividades Complementares
- ANEXO III - Resolução № 32/2009/CEPE/UFC de 30 de outubro de 2009 que dispõe sobre o Estágio Curricular Supervisionado e a Lei № 11.788 de 25 de Setembro de 2008 que dispõe sobre o Estágio de Estudantes
- ANEXO IV - Ata da 169a Reunião, de 8 de abril de 2010, do Colegiado do Departamento de Estatística e Matemática Aplicada com a aprovação do curso
- ANEXO V - Cópia do pré-projeto de expansão do Bloco 910 e do Ofício № 374/2009/CA00, de 17 junho de 2009, da Direção do Centro de Ciências informado à Administração Superior da UFC que este projeto é uma das prioridades do Centro de Ciências
Introdução
O presente documento visa apresentar à sociedade cearense, em particular, à comunidade universitária, não só um projeto de criação de mais um curso na Universidade Federal do Ceará, mas sim, a implementação de uma proposta de formação profissional na área de Matemática Industrial, em nível de bacharelado, que tem por objetivo disponibilizar para o mercado do trabalho mão-de-obra qualificada para atuar junto às empresas auxiliando a tomada de decisão.
Este projeto também vem atender aos anseios do Departamento de Estatística e Matemática Aplicada (DEMA), o qual há alguns anos não tem medido esforços para sua concretização, ampliando a atuação da área de matemática aplicada e computacional, também cientificamente conhecida como pesquisa operacional.
O Bacharelado em Matemática Industrial do DEMA do Centro de Ciências da Universidade de Federal do Ceará, campus de Pici, vem cobrir a lacuna entre as propostas dos já existentes Bacharelado e Licenciatura em Matemática (voltados à formação de pesquisadores e professores na área de Matemática Pura), os Bacharelados em Ciências da Computação (que oferecem uma formação profissional na área de Ciências da Computação) e Engenharia de Produção (um formação voltada para Gerência e Qualidade da Produção, Gestão e Organização, Ergonomia, Segurança do Trabalho e Gestão Econômica).
Vivemos hoje em um país com fronteiras abertas, que atrai inúmeros investimentos internacionais e que procura mais e melhor participar e marcar posição num mercado competitivo, que também se reflete no Estado do Ceará. Por sua vez, as empresas e indústrias falam em redução de custos, otimização de processos, qualificação de pessoal, ampliação de mercado e políticas de globalização. O Bacharelado em Matemática Industrial pretende atender partes destas necessidades atuais, procurando formar indivíduos criativos, providos de nível teórico de excelência, com sólida base em matemática e computação e com proficiência no campo da pesquisa operacional e matemática computacional: um profissional que estará capacitado a aplicar estes conhecimentos para desenvolver, modelar e tratar situações que aparecem em contextos de caráter tanto acadêmico quanto empresarial e industrial. Além disso, o Bacharelado em Matemática Industrial atende a um interesse crescente, tanto por parte das instituições de ensino superior e do Ministério da Educação como também dos alunos, por cursos interdisciplinares, em especial, por cursos em que o estudante tenha contato com disciplinas que envolvam a utilização de tecnologias recentes, como computadores e outros recursos da tecnologia da informação.
Ao mesmo tempo, sabendo da importância que vivencia o estado do Ceará no aspecto de crescimento industrial, em função de diversos projetos, dentre os quais citamos, os pólos petroquímico e siderúrgico em implantação na região do Pecém, incorporando-se ao complexo Portuário do Pecém, os quais demandarão recursos humanos qualificados capazes de auxiliar às empresas que já estão instaladas e as que surgirão, não só neste espaço geográfico, mas também em outras regiões do Estado.
Assim, procuramos apresentar neste projeto pedagógico para curso de Matemática Industrial as razões que motivaram e justificam sua criação. Além disso, são expostas as necessidades para o pleno funcionamento do mesmo, em que o apoio Institucional se inserirá aos demais a fim de alcançarmos o êxito da proposta do curso e o atendimento das demandas da sociedade cearense.
Justificativas
As bases da proposta do novo curso em Matemática Industrial na UFC estão aqui fundamentadas em três aspectos: a caracterização regional; o que significa a Matemática Industrial; e como a Matemática Aplicada se desenvolveu na UFC e no Brasil. Procuramos descrever cada um deles a fim de tornar público e esclarecer o quanto será importante para sociedade cearense a oferta do novo curso. Também, esta apresentação inicial, serviu de alicerce determinando, portanto, os princípios norteadores da proposta e, consequentemente, a formatação da integralização curricular e a formação do Matemático Industrial.
A Perspectiva Industrial e Econômica do Estado do Ceará
Com uma política de desenvolvimento cada vez mais ousada, o Ceará intensifica sua credibilidade e potencialidade econômica, atraindo a atenção de indústrias nacionais e estrangeiras, o que tem possibilitado novos projetos sustentáveis de grandes investimentos industriais de médio e longo prazos para o Estado. Parte desses projetos envolve, dentre outros, setores como o de extração de minérios que alimentarão o pólo siderúrgico do estado, o pólo petro-químico e a instalação de uma refinaria de petróleo da Petrobras e a ampliação do terminal portuário de Pecém para escoamento de produção industrial e agrícola. Grandes investimentos como esses atraem várias empresas como montadoras de automóveis, fabricantes de eletrodomésticos, de produtos derivados do petróleo, de transporte terrestre de cargas, entre outras.
Em termos de infraestrutura, o Ceará vem oferecendo todas as facilidades possíveis para investimentos, instalações de industriais e, consequentemente, novas oportunidades de trabalhos para a sociedade cearense.
Uma dos grandes projetos do estado é o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que possui uma área total de 23 mil hectares, onde serão construídos uma siderúrgica, uma refinaria de petróleo e dois pólos: metal-mecânico e petroquímico. Na última década, o Porto do Pecém passou a ocupar o primeiro lugar nas exportações brasileiras de frutas e representar 21,6% das exportações de pescado do país. No total das exportações cearenses, o porto contribui com 58,1%. Suas rotas internacionais abrangem os mais importantes continentes e com alta frequência.
Além de possuir aeroportos de carga, com duas pistas de 3.700x55 metros, armazéns gerais, terminais de passageiros, câmaras de refrigeração e packing-house, o terminal portuário também está sendo ampliado. Novos terminais marítimos serão estabelecidos, novos quebra-mares serão construídos, haverá a criação de um novo canal de acesso e bacia de evolução e a instalação de novos ramais ferroviários. São investimentos que totalizam cerca de US$ 308 milhões, com expectativa de retorno de 22,5% para o Estado, segundo a ADECE Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará.
Outro importante porto do estado, o Porto de Fortaleza, possui uma capacidade de operação de 3,5 milhões de toneladas por ano de granéis sólidos e líquidos, operação simultânea de cinco navios e movimentação de 70 mil contêineres por ano (ADECE, 2009).
Para a ADECE, a Refinaria Premium da Petrobras a ser instalada no Ceará representa o maior investimento consolidado no Estado nos últimos 40 anos e começará a operar em janeiro de 2014. A primeira etapa de funcionamento da refinaria compreenderá o setor de destilação e a plenitude das operações está prevista para setembro de 2014. Para que a refinaria esteja em funcionamento em 2014, a Petrobras elaborou um calendário de atividades, que foi definido pela gerência da empresa como “arrojado”. Dentre as primeiras ações está a solicitação do Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto do Meio Ambiente (Eia/Rima) do local da instalação da refinaria. O empreendimento do Ceará terá duas fases, sendo a primeira, de 150 mil barris por dia, prevista para setembro de 2014, e a segunda, que adicionará mais 150 mil por dia, programada para setembro de 2016.
A Empresa Vale do Rio Doce, a sul-coreana Dongkuk e a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) já firmaram acordo com o governo do Estado do Ceará através de memorando para entendimento com objetivo da instalação da usina siderúrgica integrada do Ceará, com capacidade para a produção anual de 3 milhões a 6 milhões de toneladas de placas de aço. O projeto prevê investimentos totais de US$ 4 bilhões na primeira fase. Segundo o memorando firmado entre Governo do Estado e as empresas, a usina será instalada no Complexo Industrial e Portuário de Pecém, em uma área de aproximadamente 1 mil hectares. Além de produtos siderúrgicos, a usina irá produzir ainda energia elétrica para atender o mercado brasileiro. A Ceará Steel, nome dado a siderúrgica, quando passar a operar vai dinamizar a economia cearense a partir da consolidação de um pólo metal-mecânico no entorno do município onde está instalado o complexo industrial e portuário. A siderúrgica, vai gerar profundas modificações à economia cearense, como o crescimento previsto de 2% do PIB do Estado, recolhimento de US$ 400 milhões anuais de ICMS e ampliação em 41% das exportações cearenses. A produção da siderúrgica deverá gerar US$ 400 milhões/ano em divisas para o País, segundo a ADECE.
A ADECE relata outros empreendimentos importantes para o estado, dentre eles, a implantação do Estaleiro Ceará, com previsão de 1200 empregos diretos, mais de 5000 indiretos, com o aproveitamento de mão-de-obra local, capacitação e desenvolvimento com responsabilidade social. Essas são algumas das vantagens na instalação de um estaleiro no Ceará. A previsão é que a Transpetro faça a homologação ainda em 2010 do processo licitatório que indicou o estaleiro Promar Ceará como a empresa que apresentou o menor preço do certame e que garantirá a vinda de uma indústria naval para o Estado. Atualmente, já existe demanda para a construção de oito navios gaseiros para o estaleiro conforme previsto no Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). O investimento previsto é de US$ 110 milhões, sendo que R$ 60 milhões seriam a contrapartida do Governo, e metade desse valor será convertido em ações para o Estado.
Um outro fluxo importante de atuação do estado do Ceará é a natureza turística da região, que permite a atuação diversificada de empresas, em que produtos e serviços são desenvolvidos para atender este setor econômica. Isso requer estudos que viabilizem a inserção, manutenção e crescimento das empresas. A Secretaria de Turismo (Setur) tem procurado desenvolver o turismo em harmonia com o crescimento econômico, a preservação ambiental, a responsabilidade social e o fortalecimento da identidade e dos valores culturais. Para tanto, a secretaria tem desenvolvido ações de capacitação e qualificação dos segmentos envolvidos na cadeia produtiva do setor. O órgão tem consolidado parcerias com setores públicos e privados, captando negócios e investimentos para o desenvolvimento da infraestrutura e o crescimento sócio-econômico. O Estado tem desenvolvido, ainda, ações de marketing em parceria com o trade turístico e operadoras nos mercados nacional e internacional.
O setor de turismo, independente da região, tem como característica o desenvolvimento de outros setores da economia, não só de entretenimento, mas também de indústrias voltadas para fabricação de produtos regionais ou não, tais como: alimentos, têxteis, artesanatos, etc. O impacto do setor de turismo afeta a economia de toda a região. O estado do Ceará tem, conhecidamente, um potencial turístico que pode e será melhor explorado, não só por órgãos governamentais, com o principalmente a sociedade civil.
Segundo ainda a ADECE, outros investimentos têm sido feitos pelo Estado nas áreas de Energias Eólicas e Térmicas, Biodiesel, Gás Natural, Transportes, Recursos Hídricos, entre outros, que permitem situar o Estado com uma nova infraestrutura que viabiliza o crescimento socioeconômico e desenvolvimento do Ceará.
Estes e outros projetos delineiam o novo perfil de desenvolvimento do estado do Ceará, que certamente já requisitam ações de formação de recursos humanos qualificados e que possam atender, de forma otimizada, as expectativas geradas pelos investimentos. Mudanças na formação educacional dos profissionais já se iniciaram, até mesmo pelas imposições das leis que determinam a melhoria da qualificação (LDB e SINAES), e que se juntam às necessidades que surgiram em função do novo modelo.
O projeto pedagógico para curso de Matemática Industrial, apresentado neste documento, visa ser uma das iniciativas para atender os novos desafios de formação de mão-de-obra qualificada, que se apresentam à sociedade cearense.
O que é Matemática Industrial?
Uma variedade de oportunidades de trabalho pode surgir para pessoas com talento e formação em conhecimentos de matemática aplicada e domínio de ferramentas computacionais. Sabe-se que conhecimentos de matemática e de computação são utilizados em quase todos os campos do conhecimento.
Novas áreas de aplicação são frequentemente descobertas, bem como técnicas consagradas são agora aplicadas de forma diferente na resolução de novos problemas. As empresas, em particular as indústrias, dependem de matemática aplicada e da ciência da computação para projetar, produzir e analisar produtos e/ou serviços e, consequentemente, “otimizar” o uso de recursos, que muitas vezes são escassos ou possuem elevado custo. Empresas que fabricam aviões, automóveis, produtos têxteis, eletrodomésticos, computadores, sistemas de comunicação, medicamentos, alimentos, entre outros, utilizam-se de processos de produção/serviços que envolvem os mercados consumidor e fornecedor, as cadeias de suprimentos, a produção, a logística, a programação da distribuição, o treinamento e a alocação de recursos humanos, a manutenção de maquinário, o atendimento ao usuário, entre outras atividades, que necessitam ser avaliadas e melhoradas constantemente, tendo como principais objetivos a satisfação do cliente e a saúde financeira e sustentável das empresas.
Matemática aplicada e ciência da computação tornaram-se ferramentas essenciais para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Inovadoras técnicas se tornaram predominantes em áreas como as ciências biológicas, tecnologia da informação, climatologia, combustão e controle de poluentes, finanças e investimentos, extração e refino de petróleo, entre outras.
A carreira de matemático fora do magistério raramente é exercida por pessoas com o título de “matemático puro”. A carreira em matemática tem evoluído e diversificado, sendo frequentemente associada a uma especialidade ou a uma área de investigação. Matemáticos aplicados e cientistas de computação que trabalham nas indústrias, empresas públicas ou privadas, muitas vezes têm empregos com título de estatístico, economista, técnico em programação, engenheiro de produção, analista de sistemas, analista de operações, engenheiro de sistemas, pesquisador ou consultor técnico, entre outros.
A matemática está em vários campos, muito mais do que conhecemos. Há muitas opções a se considerar ao escolher uma carreira. Matemáticos aplicados trabalham para órgãos governamentais, órgãos militares, empresas financeiras, institutos/empresas de pesquisa científica e serviços de desenvolvimento e de consultoria especializada em gestão, em ciência e em tecnologia. Desenvolvedores de software, empresas de seguros, indústria aeroespacial, farmacêutica e outras empresas de manufatura também podem empregar matemáticos aplicados. Muitos podem trabalhar também na área acadêmica, no ensino das próximas gerações, que conjuntamente participarão do desenvolvimento de inovações através de suas próprias pesquisas.
Em função da gama de problemas originados nos mais diversos setores da indústria citados anteriormente, é que o futuro profissional dessa área terá grande abertura para encontrar vaga no mercado de trabalho. Outro fator atrativo é que, em função de suas habilidades matemáticas e computacionais, abre-se a possibilidade de o mesmo seguir estudos em programas de pós-graduação em cursos como de Ciência da Computação, Engenharia de Sistemas, Engenharia de Produção, Transportes, entre outros. Sua formação teórica-prática, sólida e abrangente, lhe permitirá interagir com profissionais da indústria com diferentes formações acadêmicas, o que lhe confere uma habilidade muito valorizada quando da contratação de novos profissionais pelas empresas.
Partindo desse entendimento, e com base nas necessidades da indústria local por esses futuros profissionais, é que elaboramos uma proposta de criação do curso em Matemática Industrial para atender essa demanda social. Consequentemente, nossa instituição, a Universidade Federal do Ceará, cumpre seu papel social ao abrir mais uma nova oportunidade de formação para os jovens da nossa sociedade.
Que tipo de problemas o Matemático Industrial pode resolver?
A atuação do matemático industrial pode seguir rumos diferentes, mas o que permanece é “como resolver problemas?”, ou, melhor dizendo, “como tratar de forma mais inteligente os problemas reais que surgem constantemente nas empresas?”. Listamos a seguir alguns exemplos de problemas que alguém com formação em matemática industrial pode ser solicitado a resolvê-los. É importante frisar que os problemas que podemos encontrar na prática são em sua maioria intrigante e desafiador.
- Como uma companhia aérea pode definir de forma inteligente o agendamento de paradas de aeronaves para realização da manutenção preventiva e obrigatória, a custo mínimo? Ou como podemos definir as escalas de trabalho das tripulações?
- É a substituição da gasolina por etanol ou biocombustíveis, uma solução viável para a dependência mundial dos combustíveis fósseis? A Produção de biocombustíveis pode ser planejada de forma “ótima” a fim de combater implicações negativas sobre a economia mundial, o meio ambiente, em particular, a produção de alimentos?
- Como os sistemas automotivos podem se tornar mais eficientes e reduzir a emissão de poluentes e a dependência de políticas públicas?
- Como as empresas de automóveis, aviões e navios projetam e testam seus produtos considerando fatores como segurança e ergonomia, enquanto reduzem o custo de produção e de testes de protótipos?
- Uma companhia de busca eletrônica quer desenvolver uma ferramenta que pesquise em um grande banco de dados informações semelhantes à que foi requerida pelo usuário? Qual é a forma mais eficiente de se fazer isso?
- Como medir o desempenho dos diversos setores de uma empresa ou como podemos comparar a eficiência das empresas? Ou até mesmo dos funcionários?
- Como avaliar a expansão de uma doença em áreas povoadas, no caso de uma epidemia? Como definir políticas de atuação para reduzir as ocorrências de doenças?
- Como se transferir quantidades enormes de dados através de uma rede de comunicações, mantendo-se a integridade, rapidez e confiabilidade da informação?
- Como podemos alocar investimentos entre os vários instrumentos financeiros para atender a uma relação risco e retorno?
- Com podemos atender melhor os clientes de uma empresa de tal forma que sejam reduzidos o tempo de atendimento e espera em filas?
- Como definir o plano de atendimento de clientes para entregar determinado(s) produto(s), em que custos de transportes possam ser reduzidos (otimizados)? Como dimensionar a frota de veículos? Como definir o momento de atendimento de cada cliente?
- Como determinar o número de funcionários que deve estar disponível em diferentes faixas horários a fim de atender uma demanda? Quais as escalas de início e término de serviço?
- Como definir o plano de corte de barras de aço para atender demandas de tal forma que a perda final seja a menor possível? Note que, para estes e muitos outros problemas, talento matemático e computacional é um recurso fundamental, permitindo diferenciar os profissionais e abrir muitas oportunidades de emprego.
Parte da formação em Matemática Industrial é a obtenção de uma base sólida de conhecimentos matemáticos e computacionais, como cálculo das probabilidades, cálculo diferencial e integral, álgebra linear e matricial, análise combinatória, linguagem de programação, bem como habilidades voltadas a abstração, a comunicação oral e escrita. A preparação para uma carreira em Matemática Industrial envolve a capacidade de aplicar conhecimentos diversos para modelar e resolver os problemas da vida real usando ferramentas da matemática.
Onde trabalhar?
Muitos tipos diferentes de organizações, públicas ou privadas, podem requerer a atuação de um profissional em matemática industrial. A experiência adquirida através de estágios, pesquisas e consultorias realizadas ao longo de sua formação acadêmica podem ajudar a determinar o futuro profissional na escolha do seu local de trabalho. Os aspectos como tamanho da empresa, setor de atuação seja com ou sem fins lucrativos, trabalho individual ou em equipe, contato direto ou não com o cliente, entre outros, terão influência na escolha do local de atuação do profissional.
De modo geral, as empresas, particularmente as indústrias, vêm demandando pessoal qualificado com habilidades e competências para detectar e tratar problemas que surgem com elevada frequência e que requerem conhecimentos matemáticos e computacionais. É uma tendência mundial, amparada pelo crescente desenvolvimento tecnológico, a importância de um profissional com formação específica em matemática industrial a fim de buscar soluções inteligentes para tais problemas e tomar ou propor melhores decisões.
A Matemática Aplicada na UFC
A Matemática Aplicada na UFC tem sua origem com a criação do curso de Estatística da UFC em 1964, integrante da antiga Faculdade de Ciências Econômicas (hoje FEAACS Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contábeis e Secretariado), e que tinha forte inspiração do curso da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE-RJ), até hoje mantido pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Nos primeiros anos de funcionamento do Curso foi acentuada a participação do Instituto de Matemática da UFC, ministrando grande parte das disciplinas. Este vínculo resultou na sua incorporação ao Instituto de Matemática, que passara a ser composto pelos cursos de Matemática e Processamento de Dados (hoje, Ciências da Computação).
Em 1973, com a Reforma Universitária, foi criado o Departamento de Estatística e Matemática Aplicada (DEMA), ao qual ficou vinculado o curso de Estatística, o qual foi reconhecido em 1974 pelo Conselho Federal de Educação de acordo com os termos do Decreto № 74066 de 15/05/74 (DOU 16/05/74 pág. 9614).
À época, o curso passou a viver um novo momento, através de um intercâmbio profícuo com o Instituto de Matemática e Estatística (IME) da Universidade de São Paulo (USP), tido até hoje como referência para o nosso país em termos de ensino e pesquisa, particularmente em Estatística. Essa integração possibilitou a vinda de professores para ministrarem disciplinas em nível de graduação e pós-graduação, nos meses de janeiro e fevereiro de cada ano, e alguns de nossos professores realizassem um curso de mestrado. Ao mesmo tempo, a UFRJ passou a contribuir significativamente com o Curso e, a área de matemática aplicada tem inserção definitiva na UFC com formação de professores na COPPE (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia), especialmente em Engenharia de Sistemas e Engenharia de Produção. Como resultado desses intercâmbios surgiu a necessidade de mudanças na estrutura curricular original do curso de Estatística. Tais mudanças se concretizaram em 1981, quando a UFC tomou a iniciativa de fazer alterações no então ciclo básico de formação dos cursos de graduação.
Desde então, outras instituições passaram a contribuir na formação dos nossos professores e egressos do curso de Estatística. Podemos citar: a Universidade Estadual de Campinas - Unicamp; a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ; o Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA; a Universidade Federal de Pernambuco; o mestrado da Matemática da UFC; entre outras instituições nacionais e internacionais. Em relação ao mestrado em Matemática da UFC, os professores do DEMA tiveram importante participação na formação de recursos humanos em nível de pós- graduação, contribuído para o reconhecimento nacional e internacional do programa de pós-graduação em Matemática da UFC, hoje conceito 5 pela CAPES.
Assim, com uma formação mais qualificada dos professores do DEMA, e também com a evolução das técnicas de estatísticas e de pesquisa operacional, acrescidas da informatização, uma nova reforma na integralização curricular do curso de Estatística foi realizada em 1994. Recentemente, em 2009, o curso de Estatística passou por uma atualização de sua integralização curricular e, por conseguinte, a elaboração de um novo projeto político pedagógico segundo as novas diretrizes do Conselho Nacional de Educação.
Com o novo projeto pedagógico, o curso de Estatística e a criação do curso em Matemática Industrial, o benefício será mutuo entre as duas áreas, pois os alunos de ambos os cursos poderão integralizar disciplinas, possibilitando formação complementar importante para atuação profissional.
Na composição do corpo docente do DEMA sempre houve a presença de professores com formação em matemática aplicada que atuavam, principalmente, nos cursos graduação em Estatística, Computação e Matemática. Entretanto, com as reformulações destes cursos, a área de pesquisa operacional foi cedendo espaço em função da inserção de conhecimentos específicos dos próprios cursos, o que tem gerado uma lacuna a ser agora ocupado pela proposta do novo curso. Os atuais professores da área que compõem o DEMA têm formação de graduação em matemática, estatística e computação e pós-graduação (mestrado e doutorado) em engenharia de sistemas, produção, elétrica, eletrônica e computação e matemática, sendo todos voltados para as linhas de pesquisas em otimização, pesquisa operacional, modelagem matemática, matemática computacional e controle de qualidade. Esses professores atuam fortemente em grupos de pesquisa nacionais e internacionais, orientam dissertações e teses em programas de pós-graduação da UFC entre eles o Mestrado e Doutorado em Computação, o Mestrado em Engenharia de Transportes e o Mestrado em Logística e Pesquisa Operacional. Os docentes ainda têm diversos trabalhos publicados em periódicos e eventos científicos qualificados.
Todos estes aspectos permitem dizem que as experiências adquiridas pelo grupo, credenciam-o para elaboração da presente proposta e, consequente, criação do curso em Matemática Industrial, apoiada nas justificativas já expostas.
Princípios Norteadores
Para elaboração e proposição deste projeto político pedagógico para curso de Matemática Industrial, além das motivações apresentadas anteriormente, usou-se como base a LDB, que definiu as Diretrizes Curriculares Nacionais, e a Lei dos SINAES, que estabeleceu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei № 9.394, de 20 de dezembro de 1996) confere autonomia às Instituições de Ensino Superior (IESs), nos termos do inciso II do artigo 53, para fixar os currículos de seus cursos, observadas as diretrizes curriculares gerais pertinentes.
Considerando a necessidade de definir tais diretrizes, o Ministério da Educação - MEC, por intermédio da Secretaria de Educação Superior - SESu, convocou, através do Edital № 4/97, de 10 de dezembro de 1997, as Instituições de Ensino Superior a apresentarem propostas nesse sentido. Essas propostas foram recebidas até 15 de julho de 1998 e encaminhadas às Comissões de Especialistas da SESu/MEC, nas áreas de conhecimento correspondentes, para serem consolidadas.
Diretrizes Curriculares Nacionais
As Diretrizes Curriculares dos cursos de Graduação das IESs têm como princípios: assegurar às IESs ampla liberdade na composição da carga horária para integralização dos currículos, assim como na especificação das unidades de estudos a serem ministradas; indicar os tópicos ou campos de estudo e demais experiências de ensino-aprendizagem que comporão os currículos; incentivar uma sólida formação geral necessária para que o futuro graduado possa vir a superar os desafios de renovadas condições de exercício profissional e de produção do conhecimento; estimular práticas de estudo independente, visando a uma progressiva autonomia profissional e intelectual do aluno; encorajar o aproveitamento dos conhecimentos, habilidades e competências adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se referiram à experiência profissional julgada relevante para a área de formação considerada; fortalecer a articulação da teoria com a prática, valorizando a pesquisa individual e coletiva, assim como os estágios e a participação em atividades de extensão, as quais poderão ser incluídas como parte da carga horária; incluir orientações para a condução de avaliações periódicas que utilizem instrumentos variados e sirvam para informar a docentes e a discentes acerca do desenvolvimento das atividades didáticas.
Todos estes princípios visam dar às IESs mais autonomia acadêmica na formulação dos seus projetos pedagógicos, orientado-as na otimização da estrutura curricular e na formação profissional.
Ressaltamos que não há deliberações específicas em relação às diretrizes curriculares para os cursos de graduação em Matemática Industrial. Desta forma, o presente projeto tem por base as diretrizes curriculares dos cursos de matemática, computação e das engenharias.
A comunidade científica e profissional que atuam nas áreas de matemática computacional, matemática aplicada, pesquisa operacional ou termos afins estão organizadas em associações em todo o mundo, das quais citamos:
- Internacionais:
- Nacionais:
As associações promovem anualmente encontros que propiciam integração dos profissionais, pesquisadores e estudantes com objetivo principal de troca de conhecimentos científicos e experiências práticas.
Em termos de referencial teórico há inúmeros periódicos qualificados internacionalmente, abaixo alguns destes periódicos.
- Annals of Operations Research
- Computers & Operations Research
- European Journal of Information Systems
- European Journal of Operational Research
- INFOR
- INFORMS Journal on Computing
- Interfaces
- International Abstracts in Operations Research
- International Transaction in Operational Research
- Journal of Combinatorial Optimization
- Journal of Experimental Algorithmics
- Journal of Global Optimization
- Journal of Heuristics
- Journal of The Operational Research Society
- Journals in the Decision Sciences, Management Sciences and Operations Research
- Management Science
- Mathematical Programming
- Military Operations Research Journal
- Omega The International Journal of Management Science
- Operations Research
- Operations Research Letters
- Transportation Research Part B: Methodological
- Transportation Science
- Pesquisa Operacional
- Produção
- JBCS - Journal of the Brazilian Computer Society
A sessão a seguir apresenta a relação de cursos já criados em Instituições de Ensino Superior do Brasil com mesmo foco ou similar a nossa proposta do curso de Matemática Industrial.
Relação de Cursos Voltados para Áreas de Matemática Computacional, Pesquisa Operacional e Matemática Industrial
Relação de Alguns Cursos de Graduação voltados para as áreas de Matemática Computacional, Pesquisa Operacional e Matemática Industrial.
Instituição | Nome do Curso | Ênfase/Habilitação | Tempo de Duração | CH | Ano de Criação | Vagas Ofertadas |
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UFPR - Universidade Federal od Paraná | Bacharelado Matemática Industrial | 4 anos | 2690 | 2004 | ||
UFG - Universidade Federal de Goiás - Campus de Catalão | Bacharelado Matemática Industrial |
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4 anos | 3386 | 2009 | |
IBILCE - UNESP - São José do Rio Preto | Bacharelado em Matemática Aplicada e Computacional | 4 anos | 2460 | 2006 | ||
ICMC - USP - São Carlos | Bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Científica |
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4 anos | 1999 | 25 | |
IME - USP - São Paulo | Bacharelado em Matemática Aplicada (diurno) |
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4 anos | 20 | ||
IME - USP - São Paulo | Bacharelado em Matemática Aplicada e Computacional (noturno) |
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4 anos | 50 | ||
FFLCHRP - USP - Ribeirão Preto | Bacharelado em Matemática Aplicada a Negócios (diurno) |
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4 anos | 2007 | 45 | |
IMECC - UNICAMP - Campinas | Bacharelado em Matemática Aplicada e Computacional |
|
4 anos | 2400 | 1987 | 140 |
DMA - IM - UFRJ - Rio de Janeiro | Bacharelado em Matemática Aplicada |
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4 anos | 2003 | 20 | |
PUC - Rio de Janeiro | Bacharelado em Matemática Aplicada | 3.5 anos | 2008 | |||
IM - UFRGS - RS | Bacharelado em Matemática Aplicada | 4 anos | 2400 | 1988 | 46 | |
UFMG - MG | Matemática Computacional | 4 anos | 1999 | 20 |
Necessidades de Elaboração do Projeto Político-Pedagógico
A sociedade contemporânea passa por momentos de transformações decorrentes da necessidade de se compatibilizar, adequar ou mesmo mudar valores por novas idéias nas quais o conhecimento, a informação e a automação são fundamentais para evolução social.
A Universidade não pode ser uma exceção. Sabe-se de sua imensa importância para o desenvolvimento de nosso país cujo objetivo primordial é permitir cada vez mais a inserção econômico-social. Assim, a qualidade na transmissão do conhecimento, nas relações humanas e no estímulo ao pensamento crítico sobre as coisas permitirão que a sociedade possa evoluir.
Com um conceito de Universidade criada para atender às demandas da sociedade aliada aos princípios de propiciar, cada vez mais, melhores condições de vida para população e de árvore do conhecimento e da ciência, das pesquisas e descobertas, a Universidade terá seu verdadeiro papel alcançado.
É sabido que o conhecimento está disseminado na sociedade como um todo, das mais variadas formas e disponibilizado através dos meios de comunicação de massa, e dos sistemas e redes de informação, em especial a Internet. Isto amplia cada vez mais o papel da Universidade, que deverá buscar novas formas de ensino de um conhecimento diversificado, de aluno com saber crítico, ao mesmo tempo individualizado e coletivo, formando profissionais capazes de exercer com competência e sabedoria sua profissão e cidadania.
Além dos aspectos já mencionados, vale observar que não existe, nos cursos de bacharelado ministrados pelas universidades cearenses, e mesmo na Universidade Federal do Ceará, um curso com a preocupação de formar um profissional com o perfil planejado para o curso em questão. A principal característica que o distingue dos cursos de Bacharelado em Matemática, Computação ou até mesmo Engenharia de Produção-Mecânica é a formação interdisciplinar e sua concepção, procurando atender à demanda atual e futura do mercado de trabalho. Para tal, o curso foi concebido visando a uma formação inicial sólida em áreas básicas. Oferece ainda um elo de formação constituindo ênfase de atuação e disciplinas optativas que permitirão ao aluno, direcionar a sua formação para as áreas de Matemática Computacional ou Pesquisa Operacional.
A partir das questões aqui expostas é que o curso de Matemática Industrial da Universidade Federal do Ceará elaborou este projeto político-pedagógico, a fim de que as necessidades da sociedade, em especial do alunado, sejam atendidas. Entretanto, sabemos que este projeto não será estático, visto que a dinâmica da evolução da sociedade e do conhecimento, certamente, demandará adequações e reformulações, inclusive, se necessário, a criação de novas ênfases.
A ideia principal deste projeto é a de flexibilização curricular, inicialmente, entendida como a possibilidade: de desamarrar a estrutura rígida de condução do curso; do aluno poder imprimir ritmo e direção ao seu curso; de se utilizar, mais e melhor, os mecanismos que a Instituição já oferece em termos de opção de atividades acadêmicas na estruturação dos currículos.
Desta forma substituímos o conceito de grade curricular pelo que chamamos de integralização ou árvore curricular. Os conhecimentos são adquiridos em forma “ramos” ou “núcleos” e que se interligam a partir de seus diferentes “ramos”. As raízes desta árvore devem ser alimentadas por conhecimentos básicos relevantes adquiridos nos ensinos fundamental e médio. O “tronco” consistirá de conhecimentos fundamentais adquiridos nos primeiros semestres do curso. Disciplinas de cálculo diferencial e integral, álgebra linear, estatística e computação serão os alicerces do profissional em matemática industrial. Os diversos ramos serão compostos por disciplinas profissionalizantes, subdivididas em ênfase de atuação, e disciplinas complementares para formação do bacharel em Matemática Industrial, e incorporando a relação entre teoria e prática, através de vivências realizadas nas disciplinas, no estágio supervisionado e na pesquisa, que culminarão da defesa de monografia ou do relatório de estágio ao final do curso.
Objetivos do Projeto Pedagógico do Curso
O presente projeto do curso de Matemática Industrial da UFC tem por objetivos:
- disponibilizar para a sociedade, de forma qualitativa e quantitativa, profissionais que atendam satisfatoriamente às demandas requeridas da área;
- formar profissionais que atuem de forma ativa e proativa perante as questões inerentes ao setor de atuação;
- formar profissionais cuja postura ética esteja presente, independente do campo de conhecimento que venha a atuar;
- formar profissionais que sejam capazes, a partir dos conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação, de desenvolver-se em áreas correlatas de forma integrada, caso desejem;
- dar aos alunos do curso formação sólida que os permita dar continuidade à sua qualificação em cursos de pós-graduação.
Perfil do Matemático Industrial
O curso de bacharelado em Matemática Industrial da UFC tem por objetivo formar um profissional com conhecimentos das metodologias e técnicas matemáticas (puras e aplicadas) e afins, sendo capaz de atuar em diversos setores, seja público ou privado. O profissional deve apresentar as seguintes características:
- Dominar os conhecimentos matemáticos, tendo consciência do modo de produção próprio desta ciência fundamentos, origens, procedimentos, etc. - tendo também conhecimento das suas aplicações em várias áreas.
- Perceber o quanto o domínio de certos conteúdos, habilidades e competências próprias à matemática industrial importam para o exercício pleno da profissão.
- Ser capaz de trabalhar de forma integrada com os profissionais de sua área e de outras áreas com objetivo de favorecer uma aprendizagem contínua e interdisciplinar. Existem alguns perfis profissionais que podem ser tomados como referencial para o delineamento dos perfis dos formandos em Matemática Industrial:
- aqueles que pretendem ingressar em cursos de pós-graduação e atuar em universidades e centros de pesquisa.
- aqueles profissionais que, frequentemente em parceria com profissionais de outras áreas, são capacitados a resolverem problemas que envolvem a resolução e tomada de decisão. Este perfil abriga profissionais com formações complementar e sólida em Estatística e Computação.
- aqueles profissionais que se dedicarão à disseminação do conhecimento matemático em diferentes organizações sociais.
Todos estes perfis estão organizados em um curso denominado Curso de Graduação em Matemática Industrial, ao nível bacharelado, que formará o MATEMÁTICO INDUSTRIAL.
Habilidades e Competências
Para desempenhar os papéis destes perfis, o matemático industrial deve ter as seguintes habilidades:
- ter cultura científica: o trabalho começa com interação com outros profissionais, assim sendo, o matemático industrial deve estar habilitado a participar ativamente da discussão. Ou seja, precisa conhecer os fundamentos gerais da área que o ajudarão na solução de problemas;
- ter capacidade de expressão e de comunicação;
- ter capacidade crítica para analisar os conhecimentos adquiridos, assimilar novos conhecimentos científicos e/ou tecnológicos, além de capacidade de trabalhar em equipe interdisciplinar;
- ter capacidade de trabalha em equipe;
- ter domínio, pelo menos em nível de leitura, uma língua estrangeira;
- Ter habilidades gerenciais.
Desenvolvidas as habilidades anteriormente citadas, o profissional em Matemática Industrial formado pela UFC deve ser capaz de:
- saber usar os modelos básicos de tomadas de decisão em matemática aplicada;
- ser capaz de, a partir da análise dos problemas, sugerir mudanças nos processos de política pública ou privada e nos procedimentos econômico- operacionais das empresas.
- propor novas metodologias de abordagem dos problemas apresentando a viabilidade de aplicação das mesmas e quais diferenças existentes em relação as atuais metodologias, se existirem.
- saber usar técnicas de análise e de modelagem matemática;
- avaliar cientificamente as técnicas (existentes e novas);
A aquisição das habilidades e competências citadas dar-se-á por meio das metodologias de ensino e de aprendizagem desenvolvidas e vivenciadas ao longo da formação do profissional, inseridas nas diferentes atividades propostas pelo projeto pedagógico do curso.
Áreas de Atuação
Em função da natureza da profissão, o matemático industrial poderá atuar:
- em empresas públicas ou privadas, independente do setor de atuação, necessitam tratar matemática e/ou computacionalmente os problemas que surgirem, objetivando não somente a fixação da empresa no mercado, como também atender de forma adequada seus clientes, avaliar e manter a qualidade de seus produtos e/ou serviços, planejar estrategicamente ações futuras, etc. O fazer do profissional em Matemática Industrial visa abordar de forma científica as diversas questões inerentes as empresas e a sociedade, apresentando resultados que permitem o autoconhecimento das empresas e tomadas de decisões, em nível estratégico e operacional;
- em instituições de ensino e/ou pesquisa, com qualificação em nível de pós-graduação, apoiada por uma sólida formação oferecida pelo curso de graduação.
Metodologias de Ensino e Aprendizagem
O presente projeto tem por objetivo utilizar e desenvolver metodologias que estimulem a participação do aluno nas diversas atividades ao longo de sua formação, sejam elas de ensino, pesquisa, extensão ou formação complementar, bem como o exercício do pensamento e da análise crítica, evitando métodos que levem simplesmente à memorização do conteúdo. Para tanto, abordagens através de estudos de caso será umas das formas a serem implementadas, com o suporte de novas tecnologias ou da tecnologia disponível, para que o aprendizado se dê de acordo com o contexto da realidade que se põe. Outros aspectos importantes são a necessidade de aquisição de softwares comerciais de linguagem de programação, banco de dados e otimização, o uso, quando possível, de softwares livres e o estímulo aos alunos a utilização dos recursos bibliográficos disponíveis (existentes e a serem adquiridos), não somente os impressos, mas também os que se encontram publicados de forma eletrônica.
A realização de seminários, de fóruns de discussões, de workshops, nas áreas de atuação do matemático industrial, sem dúvida, facilitará a assimilação do conhecimento e propiciará o contato direto com o fazer do profissional, bem como com questões teóricas relacionadas ao desenvolvimento da matemática industrial.
Outros seminários e fóruns de discussões com o objetivo exclusivo de diagnóstico e análises dos conteúdos a serem abordados em disciplinas e outras atividades, assim como as metodologias empregadas, facilitarão o exercício da interdisciplinaridade, levando a uma formação na qual o conhecimento estará interconectado, não dissociando a teoria da prática.
Para fins de orientação e acompanhamento da formação do estudante o projeto propõe programa de tutoria, integrantes do núcleo de disciplinas obrigatórias. Tal proposta baseia-se na tentativa de se criar uma cultura de corresponsabilidade entre professor tutor e aluno na condução das atividades que deverão ser vivenciadas ao longo do curso, como por exemplo, escolha de disciplinas optativas e livres, participação nas atividades complementares, realização de estágios supervisionados, obrigatórios ou não, definição de orientação e realização do projeto de monografia, podendo também orientar na formação continuada em nível de pós-graduação.
Sob recomendação das Diretrizes Curriculares Nacionais e conforme a Resolução no 07/CEPE/UFC de 17 de junho de 2005, a formação do profissional dos cursos de graduação deve permitir a realização de atividades complementares. Para atender tal requisito, o projeto prevê a integralização dessas atividades por meio de organização, participação e/ou apresentação de trabalhos em eventos científicos, seminários, minicursos, realização de trabalhos voluntários que tenham relação com atividades desenvolvidas na UFC, vivências práticas proporcionadas por visitas técnicas promovidas pela coordenação do curso, função de liderança de turma, além da participação nos programas de iniciação à docência e à pesquisa, educação tutorial e empresa júnior, dentre outras. A carga horária de cada atividade será definida por normatização própria da coordenação do curso, seguindo a referida resolução.
Além das atividades complementares e dos seminários de tutoria propostos na integralização, o projeto aqui apresentado incorpora o estágio supervisionado obrigatório e a monografia. O estágio supervisionado terá um acompanhamento mútuo (instituição e empresa contratante), com a observância da correta utilização dos conhecimentos na vivência prática e de que as atividades realizadas pelo estagiário estejam de acordo com a área de formação, em consonância com a Lei do Estágio (Lei 11.788/2008) e a resolução a ser definida pela UFC. A monografia tem por objetivo não somente avaliar, mas sim disponibilizar ao aluno a oportunidade de se utilizar do método científico para elaborar textos, realizar pesquisas científicas e desenvolver habilidades de apresentação e documentação de maneira articulada. Tais habilidades serão vivenciadas ao longo do curso, dentro das disciplinas e demais atividades, apoiadas pelas disciplinas Metodologia Científica e Seminários de Tutoria, sendo solidificadas pelo projeto de monitoria. O papel dos docentes orientadores e tutores é de suma importância nessa atividade.
Com o objetivo de o aluno ampliar sua trajetória de formação, o projeto prevê na sua integralização uma quantidade de carga horária preenchidas por disciplinas de livre escolha pelo aluno, desde que este atenda os pré-requisitos estabelecidos. A orientação para a definição das disciplinas livres que o aluno irá cursar deve ser exercida pela coordenação do curso, bem como pelos docentes tutores e orientadores.
A futura Empresa Júnior e o PET de Matemática Industrial serão outras duas atividades consideradas complementares e se constituirão importantes estratégias de ensino e aprendizagem a serem vivenciadas no curso. A Empresa Júnior, por definição e concepção, é em uma organização sem fins lucrativos, composta e gerida exclusivamente por alunos de graduação do curso em formação. No curso de Matemática Industrial, a empresa júnior terá como principais objetivos, complementar e diversificar a formação dos estudantes, colocando em prática a teoria adquirida nas demais atividades. A empresa prestará consultoria na área de formação dos alunos e atenderá prioritariamente as empresas do estado do Ceará. O PET será um programa de formação profissional pelo qual experiências de ensino, pesquisa, extensão e outras ações serão realizadas pelos estudantes com acompanhamento de tutor ou grupo de tutores, objetivando, principalmente, qualificar o estudante.
Conteúdos Curriculares
A composição da integralização ou árvore curricular é apresentada conforme Figura. Um pressuposto é que o ingressante ao curso de Matemática Industrial tenha uma boa formação básica de ensino fundamental e médio, particularmente, nos conceitos fundamentais da Matemática. Isto propiciará um melhor desempenho ao longo do curso. No entanto, ações de apoio podem ser adotadas no decorrer do curso, através de minicursos de nivelamento, integralizados de forma complementar. Os demais eixos (ramos da árvore de integralização) foram assim denominados: matemática, computação, estatística, otimização, complementar, linguística e monografia e/ou estágio.
Figura: Núcleos de Formação
Conteúdo Matemático
- Geometria Analítica - Noções de Geometria Analítica são indispensáveis, já que esta é uma ferramenta necessária para outras disciplinas. Este conteúdo tem interface com o Cálculo e a Matemática Aplicada;
- Análise Matemática - Nesta área a ênfase é de varrer conteúdos do Cálculo Diferencial e Integral, de um ponto de vista da construção dos seus conceitos e propriedades, dando importância aos aspectos geométricos envolvidos neles e problemas que deram origem à formulação deste domínio da Matemática. Devem ser abordados os estudos de funções reais de uma e duas variáveis, garantido que seus conceitos e propriedades tenham significado para os alunos, através da verificação de que adquiriram capacidade de utilizá-los em aplicações clássicas de forma criativa e não simplesmente como a utilização de receituário incompreendido. Tais fundamentos serão importantes nas disciplinas avançadas;
- Álgebra Linear e Matricial - Nesta área o objetivo é que o aluno desenvolva o raciocínio abstrato e espacial, e perceba o quanto estes conteúdos estão presentes em aplicações na vida quotidiana. O alicerce computacional é fundamental para formação profissional.
Conteúdo de Pesquisa Operacional (Otimização) e Matemática Computacional
- Programação Matemática Os princípios da programação linear, programação inteira e não linear, abordando modelagem, métodos de solução e análise, bem como as diversas aplicações formam o eixo inicial da matemática aplicada;
- Problemas Diversos teoria e aplicações em redes, logística de distribuição, otimização combinatória, metaheurísticas, entre outras constituem a formação na ênfase de pesquisa operacional. Para a ênfase em Matemática Computacional temos análise e construção de algoritmos, cálculo numérico, processos estocásticos, álgebra computacional, entre outras;
- Abordagens Complementares estudos específicos em otimização serão vivenciados com disciplinas optativas.
Conteúdo de Computação
- Linguagem de Programação Uma formação sólida em análise e construção de algoritmos e linguagem de programação permitirão que o profissional possa elaborar, implementar e avaliar as metodologias propostas para abordar computacional os problemas;
- Banco de Dados os conceitos de construção e manipulação de banco de dados são sem dúvidas importantes para atuação profissional;
- Abordagens Complementares dentro de cada disciplina o aspecto computacional é de fundamental relevância para formação profissional, isto será exigido e vivenciado no decorrer do curso, entretanto, estudos específicos em computação podem ser realizados com disciplinas optativas;
Conteúdo de Estatística
- Estatística Básica Conceitos de organização e tratamento dos dados e teoria das probabilidades e inferência estatística. Completam este núcleo os métodos de geração de números pseudoaleatórios e variáveis aleatórias e simulação de eventos discretos.
- Estatística Específica e Avançada Conceitos específicos e avançados poderão ser adquiridos a partir da realização de estudos dirigidos em disciplinas optativas que são ofertados pelo DEMA e atendem a atual oferta para os alunos curso de bacharelado em Estatística.
Conteúdo Linguístico
Nesta área são ofertadas disciplinas de estudo da Língua Portuguesa, com ênfase em redação, e de Língua Estrangeira, especialmente Inglês, língua universal. No entanto, outros idiomas podem ser cursados pelo alunado, caso eles passem na seleção das Casas de Cultura da UFC, projeto de extensão importante da instituição que oferece cursos de línguas para alunos do ensino médio e superior. Tais conhecimentos são importantes na formação profissional. O estudo da linguagem dos sinais (LIBRAS) poderá ser realizado pelos estudantes através de uma disciplina optativas.
Orientação Acadêmica
Este núcleo, composto pelas disciplinas de seminário de tutoria I a V e seminário de estágio e/ou monografia, tem por objetivo orientação a trajetória acadêmico do aluno desde o início do curso, criando uma cultura de corresponsabilidade na formação, em que professores e alunos discutem as mais variadas atividades previstas no projeto e definem como a integralização curricular do será realizada.
Conteúdos Complementares e Livres
As atividades complementares consistem de conteúdos adquiridos pelos estudantes em atividades vivenciadas ao longo da formação com o objetivo de diversificar experiências acadêmicas e profissionais.
Monografia e/ou Estágio Supervisionado
O aluno ao final curso deverá apresentar e defender uma monografia ou um relatório de estágio no qual o aprendizado adquirido na atividade pesquisa ou profissional será registrado e avaliado por banca qualificada que determinará se último requisito de formação acadêmica/profissional foi assimilado ou não.
Integralização Curricular
O Curso de Matemática Industrial funcionará em período diurno, com duração mínima de 4 (quatro) anos e máxima de 6 (seis) anos, em sistema de créditos semestral, com as disciplinas sendo ofertadas anualmente, totalizando 3056 horas- aula equivalente a 191 créditos. O estudante terá como principal forma de ingresso no curso o concurso vestibular, ou entrada similar, concorrendo a uma das 30 vagas anuais ofertadas, sendo todos classificados para ingressar no primeiro semestre de cada ano. Serão desenvolvidas atividades curriculares que estão especificadas na matriz e estando também previstas atividades extracurriculares tais como atividades complementares, palestras, minicursos, atividades de extensão e pesquisa, etc.
A matriz curricular está estruturada em um Ciclo de Formação Básica, constituído por disciplinas do Núcleo de Conhecimentos Fundamentais nas áreas de Matemática, Probabilidade e Estatística, Computação, Língua Inglesa e Metodologia Científica, cuja integralização deverá ser completada até o 4º semestre. Do 4º ao 7º semestres está o Ciclo Formação Profissional, no qual definimos duas ênfases, Matemática Computacional e Pesquisa Operacional, com 8 (oito) disciplinas em cada ênfase, que permitem uma direção de formação do Matemático Industrial. A partir do 5º Semestre os alunos devem iniciar a integralização das disciplinas optativas e livres. No 6º semestre é oferecido o seminário de monografia ou de estágio, como forma de orientar o aluno na determinação de como será completada a sua formação a partir da realização das atividades de monografia ou estágio, a serem integralizados no 7º e 8º semestres, podendo o aluno escolher entre elaborar e defender monografia mediante banca qualificada ou participar de estágio supervisionado ou realizar ambas as atividades, devendo esta última possibilidade ser previamente avaliada pela Coordenação do curso. Ressalta-se que no caso de estágio supervisionado, o aluno deverá apresentar relatório de suas atividades. As normas para defesa de monografia e relatório de estágio serão definidas posteriormente pelo colegiado da coordenação.
O Currículo é composto de:
- 16 (dezesseis) disciplinas obrigatórias do Ciclo Básico, correspondendo a 80 créditos (1280 horas), pertencentes ao Núcleo de Conhecimentos Fundamentais, englobando conhecimentos nas áreas de Matemática, Probabilidade e Estatística, Computação como também as disciplinas de Língua Inglesa e Metodologia Científica;
- 8 (oito) disciplinas de formação específicas conforme ênfase de atuação, quais sejam Matemática Computacional ou Pesquisa Operacional, correspondendo a 32 créditos (512 horas);
- Disciplinas optativas do ciclo de formação do bacharel, caracterizadas em duas vertentes, quais sejam, disciplinas com o objetivo de preparar o alunado que pretende ingressar em um curso de pós-graduação e aquelas para aqueles que desejem imediatamente ingressar no mercado de trabalho. O aluno deverá integralizar 36 créditos de disciplinas optativas, o que corresponde a 576 horas;
- Disciplinas livres, ofertadas na Universidade que não constam na matriz curricular do curso, mas que podem ser integralizadas de acordo com os critérios previamente estabelecidos pela Coordenação do Curso. Devem ser integralizados, no máximo, 8 créditos (128 horas) de disciplinas livres entre os 36 créditos de optativas;
- Seminários de Tutoria realizados para orientar e acompanhar o aluno na condução do curso com o intuito de fazê-lo conhecer ou ampliar sua visão sobre a Universidade e sobre as suas perspectivas profissionais, fazer com que ele se sinta parte integrante da Universidade e do curso. Esperamos que os seminários de Tutoria levem a fixação do aluno no curso, refletindo-se na não ocorrência de evasão, ou, pelo menos, que seja a mínima aceitável, e aumentando o interesse do aluno pelo curso e pela Universidade. O aluno deverá se matricular nos Seminários de Tutoria nos 5 (cinco) primeiros semestres do curso e deverá ser orientado por um docente designado pela Coordenação do Curso. Em cada semestre o Seminário de Tutoria corresponde a 1 crédito (16 horas), devendo o estudante integralizar 5 créditos (80 horas);
- Seminários de monografia ou estágio supervisionado, que antecede o início das atividades de monografia ou estágio propriamente ditas, que consiste na apresentação, por meio de seminários, de temas nas diversas áreas da Matemática Industrial e áreas afins, para que o aluno perceba com qual(is) dele(s) se identifica e possa escolher entre estágio ou monografia e, em se decidindo pela última, definir a área na qual vai desenvolver o seu trabalho e o respectivo orientador, correspondendo a 2 créditos ou 32 horas;
- Estágio Supervisionado que consiste em atividades relacionadas à inserção do aluno no mercado de trabalho que podem ser realizadas na Universidade, em sistema de laboratório, ou em outras instituições de pesquisa, empresas ou órgãos conveniados. O estudante deve cumprir 20 créditos de estágio supervisionado (320 horas) ao longo de dois semestres de formação;
- Monografia que deverá ser elaborada sob a orientação de um docente do quadro de professores do DEMA e deverá ser submetida a uma banca examinadora constituída por professores do curso e/ou de outros departamentos ou instituições com comprovada experiência na área do tema da monografia.
- Atividades Complementares consistindo em atividades por meio de organização, participação e/ou apresentação de trabalhos em eventos científicos, seminários, minicursos, realização de trabalhos voluntários que tenham relação com atividades desenvolvidas na UFC, vivências práticas proporcionadas por visitas técnicas promovidas pela coordenação do curso, função de liderança de turma, além da participação nos programas de iniciação à docência e à pesquisa, educação tutorial e empresa júnior, dentre outras. Tais atividades serão regidas pela Coordenação do Curso e um máximo de 256 horas (16 créditos) poderá ser integralizado até o final do penúltimo semestre de formação.
Desta forma, visando alcançar os objetivos descritos no projeto pedagógico, a estrutura curricular do curso de Bacharelado em Matemática Industrial da UFC foi definida no projeto apresentando um caráter flexível e dinâmico. Os conteúdos programáticos das diversas disciplinas que compõem o currículo estão distribuídos de forma a abordar os assuntos da área e de área afins, como descritos nos conteúdos curriculares do projeto pedagógico, observadas as duas ênfases determinadas.
A integralização curricular foi subdividida em ramos (núcleos) de formação que totalizam 10 núcleos, a saber: matemática básica, computação, estatística, matemática aplicada, seminários, formação auxiliar, optativa/livre, estágio/monografia, atividades complementares e ênfase formação (Matemática Computacional e Pesquisa Operacional). A Tabela IX.1 apresentação o número de disciplinas, créditos e carga horária por núcleo. O núcleo seminário consiste das disciplinas de seminário de tutorial I a IV e seminário de estágio e/ou monografia, cujo objetivo é a orientação pedagógica compartilhada entre aluno, professor e coordenação, na definição da formação profissional, particularmente, na integralização das atividades complementares e realização de estágio e monografia. Estas últimas têm também o suporte da disciplina de metodologia científica, que auxiliará as disciplinas que porventura requeiram de seus conteúdos e métodos.
O aluno deverá cumprir, no mínimo, 576 horas (36 créditos) em disciplinas optativas, destas, no máximo, 128 horas (8 créditos em disciplinas livres). A função das disciplinas optativas livres é possibilitar flexibilidade curricular e abertura para interface abordada por diferentes áreas do saber, sempre que for esta a aspiração do aluno. Poderão ser escolhidas como optativas livres disciplinas dos blocos de aprofundamento, dos outros cursos do Centro de Ciências e de qualquer unidade da UFC, cujos pré-requisitos sejam atendidos, e que acrescentem na formação do profissional.
No núcleo optativa/livre haverá também a oferta de disciplinas que estarão diretamente relacionadas com a atuação do matemático industrial, procurando a integração, quando possível, graduação e pós-graduação. O aluno poderá escolher como disciplinas optativas as disciplinas referentes à ênfase distinta da escolhida.
Tabela das distribuição da carga horário ao longo dos 8 semestres do Curso
Núcleo | № Disciplinas | Créditos | Carga Horária | % |
---|---|---|---|---|
MATEMÁTICA BÁSICA | 5 | 26 | 416 | 13,61% |
COMPUTAÇÃO | 3 | 16 | 256 | 08,38% |
ESTATÍSTICA | 4 | 20 | 320 | 10,47% |
MATEMÁTICA APLICADA | 2 | 10 | 160 | 05,24% |
FORMAÇÃO AUXILIAR | 2 | 8 | 128 | 04,19% |
ÊNFASES * | 8 | 34 | 544 | 17,80% |
SEMINÁRIOS | 6 | 7 | 112 | 03,66% |
OPTATIVA/LIVRE | 9 | 36 | 576 | 18,85% |
ESTÁGIO / MONOGRAFIA | 2 | 20 | 320 | 10,47% |
ATIVIDADESCOMPLEMENTARES | - | 14 | 224 | 07,33% |
TOTAL | 41 | 191 | 3056 | 100% |
Ênfases: 1) Matemática Computacional 2) Pesquisa Operacional
Tabela IX.2. Distribuição da Carga Didática da Matriz Curricular do Curso de Bacharelado em Matemática Industrial
Estágio Supervisionado
O estágio supervisionado no Curso de Bacharelado em Matemática Industrial é uma atividade curricular integrante do Projeto Político Pedagógico do Curso de caráter eletivo, já que o aluno deve escolher entre o estágio supervisionado ou o trabalho de monografia, podendo ainda optar pelos dois, com observância da Coodenação e do aluno em relação ao tempo de conclusão de curso. Tem por objetivo inserir o aluno no mercado de trabalho. As atividades podem ser realizadas na Universidade ou em outras Instituições de Pesquisa, Empresas e Órgãos conveniados.
A matriz curricular prevê 160horas/aula de estágio supervisionado no sétimo e oitavo semestres do curso, perfazendo um total de 320horas/aula.
Ao final do estágio, o estudante deverá apresentar, perante uma banca examinadora, um relatório técnico, descrevendo as atividades desenvolvidas no estágio, com a fundamentação teórica necessária para a sua realização.
O estágio deverá está de acordo com a Resolução no 32/CEPE de 30 de outubro de 2009 que disciplina o programa de estágio curricular supervisionado para os estudantes dos cursos regulares da UFC e considerando as exigências da Lei № 11.788, de 25 de setembro 2008. A atividade de estágio terá apoio da Agência de Estágio pertencente à Pró-Reitoria de Extensão.
Monografia
Assim como para o estágio supervisionado, a monografia é uma atividade de caráter eletivo e deverá ser elaborada sob a orientação de um docente do quadro de professores do DEMA e submetida a uma banca examinadora constituída por professores designados pela Coordenação, podendo seguir sugestão do orientador. Tem carga horária prevista de 320horas/aula, sendo ofertada nos dois últimos semestres do curso.
Ambas as atividades (Estágio Supervisionado e Monografia) são precedidos pela disciplina Seminários de Estágio e Monografia (32horas/aula), na qual se busca orientar o aluno quanto à definição de qual atividade de conclusão de curso irá realizar, e, no caso de opção pela monografia, a área em que pretende desenvolver seu trabalho, bem como a identificação de seu possível orientador, ficando a cargo da Coordenação a efetiva designação do mesmo.
Atividades Complementares
Considerando os termos da Resolução № 07 CEPE/UFC de 17 de junho de 2005 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de bacharelado, o aluno do Curso poderá integralizar um máximo de 256 horas (16 créditos, 8,38% da carga horária total do Curso) como atividades complementares, que podem ser obtidas por meio de organização, participação e/ou apresentação de trabalhos em eventos científicos, seminários, minicursos, realização de trabalhos voluntários que tenham relação com atividades desenvolvidas na UFC, vivências práticas proporcionadas por visitas técnicas promovidas pela Coordenação do Curso, função de liderança de turma, além da participação nos programas de iniciação à docência e à pesquisa, educação tutorial e empresa júnior, dentre outras. Tais atividades serão regidas pela Coordenação do Curso e devem ser computadas até o final do penúltimo semestre para conclusão do curso.
Figura: Integralização Curricular
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Acompanhamento e Avaliação
O acompanhamento e a avaliação do Projeto Político Pedagógico do Curso de Matemática Industrial serão feitos de forma sistemática, para que se possa perceber a adequabilidade do mesmo, se está cumprindo o objetivo ao qual se propõe e detectar necessidades de alteração à medida que elas se façam necessárias, já que um projeto- pedagógico tem caráter dinâmico. Este processo deve envolver docentes e discentes, cabendo à Coordenação do curso propor ações que visem o acompanhamento e avaliação do curso. Os servidores técnico-administrativos também devem participar desse processo pois, estando em contato direto com os estudantes, são capazes de contribuir como meio de comunicação entre estes e a Coordenação.
Ações inicialmente previstas para fins de acompanhamento e avaliação do Projeto Político Pedagógico são:
- constante avaliação do conteúdo do projeto, como por exemplo, ementas das disciplinas, exigência de pré-requisitos, formas de execução das atividades de monografia e estágio supervisionado e seminários de tutorias, etc.
- discussão no âmbito da Coordenação os itens das dimensões que constam no instrumento proposto pelo INEP/MEC para avaliação dos cursos de graduação, quais sejam: dimensão 1- organização didático pedagógica; dimensão 2 - corpo docente, corpo discente e corpo técnico-administrativo; dimensão 3 - instalações físicas;
- implantação de liderança de turmas, com reuniões periódicas com os representantes de cada turma, para que, pelos seus depoimentos se possa perceber o sentimento do alunado com relação ao projeto, receber e avaliar sugestões de mudanças e/ou propostas de novos rumos para o curso, inclusive com a criação de novas ênfases;
- incentivo à participação dos discentes integrantes das outras atividades de formação profissional, quais sejam: Centro Acadêmico, e futuramente, Empresa Júnior e Grupo PET, para que possam compartilhar suas vivências diretamente relacionadas com o projeto.
Processos de Ensino e de Aprendizagem
Os fundamentos teóricos a serem ministrados no Curso devem ser trabalhados mediante um olhar prático e aplicados tendo em vista às necessidades das diversas atividades de formação, e devem possibilitar ao estudante estímulos à sua prática profissional. Portanto, a ideia de que toda atividade desenvolvida, não só em disciplina, disponha de ações associando teoria-prática vinculada ao fazer do Estatístico.
A avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem compreenderá:
- avaliação discente, seguindo as normas de avaliação estabelecidas pela Universidade e realizada de forma continuada ao longo do semestre letivo, para que se acompanhe a evolução dos estudantes, percebendo-se suas habilidades e dificuldades com tempo hábil para a utilização de metodologias e ações que permitam superá-las;
- avaliação docente por parte do discente, com objetivo de observar as práticas de ensino e de aprendizagem;
- o grupo de líderes de turma, por meio das reuniões periódicas, terá papel fundamental no acompanhamento e avaliação didático pedagógica.
Condições Iniciais e Necessárias Para o Pleno Funcionamento do Curso
As atividades de formação do Bacharel em Matemática Industrial, a ser atendido, em sua grande parte, pelo Departamento de Estatística e Matemática Aplicada do Centro de Ciências, estarão concentradas nos equipamentos pertencentes aos blocos 910, 914 e 915, que compreendem ambientes administrativos, didáticos, laboratoriais e biblioteca. No bloco 915 encontram-se instaladas 3 (três) salas de aula e um auditório (chamado Bloco 916), que atualmente são utilizados para o curso de Estatística. Em relação a este curso, a Coordenação do Curso, os laboratórios de informática, o projeto de extensão e as atividades dos programas empresa júnior, PET e Centro Acadêmico estão dispostos em salas situadas no Bloco 910. Neste mesmo bloco encontra-se um auditório para 120 lugares, reformado em 2009.
Com relação aos laboratórios de informática estão disponíveis o Laboratório de Estatística e Otimização (LEO), com capacidade para 38 computadores e o Laboratório Minimax para 12 computadores destinado aos alunos bolsistas dos diversos programas de apoio estudantil. O projeto de extensão Laboratório de Estatística e Matemática Aplicada (LEMA), que visa, entre outras coisas, dar suporte às dissertações e teses desenvolvidas principalmente na UFC e propiciar a vivência prática dos alunos em conclusão, sob orientação dos professores envolvidos no projeto. Ainda no Bloco 910 estão alocados, no pavimento superior, os gabinetes dos docentes e a administração do DEMA. A biblioteca setorial de Matemática, Estatística e Computação está situada no Bloco 914.
Ainda em termos de infraestrutura, foi elaborado um pré-projeto de expansão do Bloco 910, em 2010, o qual foi aprovado como prioritário pela Direção do Centro de Ciências, através do Ofício № 374/2009/CA00 de 17 de junho de 2009. Esta expansão abrigará equipamentos como 3 (três) salas de aula, 3 (três) laboratórios e outras dependências, distribuídos em 3 (três) pavimentos. Projeto que será de fundamental importância para a realização das diversas atividades do Curso de Bacharelado em Matemática Industrial.
Dar continuidade ao processo de qualificação e ampliação do corpo docente do DEMA é um dos aspectos a serem executados com o objetivo de propiciar à sociedade, profissionais qualificados e capacitados a fim de atender às demandas existentes e novas que porventura possam surgir.
Desta forma, a contratação inicial de 3 (três) docentes para suprir as demandas primeiras do curso em Matemática Industrial é um dos aspectos fundamentais para o funcionamento do curso, sendo necessária a contratação futura de mais, pelo menos, 3 (três) novos docentes para área de matemática aplicada e 2 (dois) para área de estatística nos próximos 3 (três) anos. Ressaltamos que a criação do curso impactará em demandas de docentes de outros departamentos, cujo cálculo foi feito na relação 10 horas/docente, assim quantificados, 1,8 (um vírgula oito) docente para o Departamento de Matemática e 2,4 (dois vírgula quatro) docentes para o Departamento de Computação, sendo estes dois departamentos os principais envolvidos.
Novas ênfases de atuação do profissional poderão ser criadas a partir a aquisição de de mais recursos humanos. Para o pleno funcionamento da secretaria da Coordenação do Curso será necessário 1 (um) servidor técnico-administrativo para exercer a função de secretária de coordenação, bem como, equipamentos móveis e computacionais e mais 1 (um) funcionário para a secretária do Departamento e 1 (um) técnico em informática para o gerenciamento dos laboratórios.
A aquisição de novos equipamentos de informática e softwares, que serão utilizados paralelamente a softwares livres, além da continuidade da atualização do acervo bibliográfico, são condições necessárias para o pleno funcionamento do curso, os quais auxiliarão a realização das atividades de ensino-aprendizagem, pesquisa e extensão.
Papel Docente e Discente
Cabe ao corpo docente, preparar profissionais em Matemática Industrial, tendo como base a Matemática e Matemática Aplicada, capacitando-os para detectar e atuar de forma proativa em relação aos problemas reais oriundos das operações e processos das empresas, permitindo que as mesmas possam atender às necessidades do mercado, e utilizando tecnologia e metodologias de vanguarda em suas atividades, a custo compatível, resultado da aplicação de métodos de trabalho eficientes, de técnicas de planejamento e controle avançadas e da formação e treinamento da mão-de-obra de apoio, disseminado o conhecimento.
Para viabilizar a implantação do modelo pedagógico se faz necessário a participação do corpo docente em programas de formação continuada, visando o seu aperfeiçoamento, para garantir a utilização de metodologias e critérios adequados à proposta pedagógica, conforme previsto da Lei de Diretrizes e Bases № 9394 de 20/12/1996 em seu artigo 63 parágrafo III.
É também objetivo da Coordenação promover o envolvimento do corpo discente em projetos de pesquisa, extensão e gestão, como forma de viabilizar a participação do aluno em projetos desta natureza.
A estrutura curricular apresentada visa permitir a articulação horizontal, envolvendo disciplinas que integrem conteúdos de áreas afins, de forma a promover, ao mesmo tempo, a compreensão totalizante do conteúdo pelo discente e a troca de ideias e conhecimentos entre docentes e profissionais.